Com a chegada do outono e a queda nas temperaturas, uma preocupação ressurge nas unidades pediátricas do país: a bronquiolite.
José Leonardo, filho de Virginia Fonseca e Zé Felipe, de cinco meses, foi internado com bronquiolite — Foto: Reprodução/ Instagram
Causada, na maioria dos casos, pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), a infecção atinge principalmente bebês e crianças pequenas, provocando sintomas como tosse persistente, chiado no peito, febre e dificuldade para respirar. Em situações mais graves, a bronquiolite pode evoluir para quadros que exigem internação hospitalar — inclusive em UTI neonatal.
O VSR é responsável por até 75% dos casos de bronquiolite e cerca de 40% das pneumonias em crianças de até dois anos. Nos meses mais frios, entre abril e agosto, o número de atendimentos por complicações respiratórias nas emergências infantis aumenta significativamente, tornando esse período o mais crítico do ano. Em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, hospitais costumam registrar superlotação nas alas pediátricas, com muitos bebês necessitando de oxigênio e cuidados intensivos.

Diante desse cenário, a aprovação de uma nova vacina pela Anvisa traz esperança. Trata-se da Abrysvo®️, da Pfizer, voltada para gestantes entre a 24ª e a 36ª semanas de gravidez. A estratégia é inteligente e simples: a gestante recebe uma dose única da vacina e, com isso, seu corpo passa a produzir anticorpos contra o VSR.
Esses anticorpos atravessam a placenta e são transferidos para o bebê, que nasce já protegido contra a bronquiolite — especialmente nos primeiros e mais frágeis meses de vida.

Estudos mostram que essa imunização pode reduzir em até 82% os casos graves de infecção respiratória nos primeiros três meses de vida e em até 69% até os seis meses. Além disso, previne internações, ajuda a desafogar o sistema de saúde em períodos críticos e dá mais segurança às famílias, especialmente para mães de primeira viagem ou com histórico de partos prematuros.
Apesar de ainda não estar amplamente disponível na rede pública, a vacina já foi aprovada para inclusão no calendário do SUS e deve começar a ser aplicada gratuitamente em breve. Enquanto isso, algumas clínicas e redes privadas já oferecem a vacina de forma particular. Os valores variam, mas giram em torno de R$ 1.600 a R$ 2.000, dependendo da localização e estrutura da unidade. Redes como Fleury, Dasa e Beep Saúde já confirmaram disponibilidade para agendamento mediante pagamento.
A prevenção é especialmente importante para bebês que nascerão entre os meses de março e julho, já que eles enfrentam o pico da circulação viral nos primeiros dias de vida. Vale lembrar que, além da Abrysvo®️, os bebês prematuros e crianças com comorbidades também têm direito a receber anticorpos monoclonais diretamente após o nascimento, como o nirsevimabe, quando estiver disponível.
É fundamental que as gestantes conversem com seu obstetra sobre a vacina, entendam os benefícios e se informem sobre os locais onde ela pode ser aplicada com segurança. Quanto mais cedo essa proteção for garantida, menores os riscos de complicações para o bebê.
Na Clínica Vivery, a equipe da Dra. Amanda (otorrino) e da Dra. Renata (ginecologista) acompanha com atenção os avanços nas estratégias de prevenção e está disponível para orientar gestantes e mães sobre como se proteger — e proteger os pequenos — desde o início da vida. A bronquiolite pode ser séria, mas com informação, cuidado e prevenção, é possível passar pela estação mais fria do ano com mais tranquilidade no peito — e nas vias respiratórias.

